VASO

o amor é uma merda

no vaso

*de flor

sem água

no raso

do peito,

nada que se preza

uma mera prosa

uma oração sem verbo

nem reza,

pássaros me mordam

me façam de presa

me mantenham preso

às forças da natureza

que faz com que as cigarras

explodam

me ponham no vaso

da mesa

ou do banheiro

e pode sentir o cheiro

do buraco que ficou de mim,

*esse boeiro

o amor não tem

aroma de amora!

nada é palíndromo,

então me deixe!

me transforme num peixe

*elétrico, preciso dessa

descarga*

e que de nada eu me queixe

e tome meu rumo

suma pelo ralo

e esqueça essa coisa

asquerosa

que o amor morra

em roma ou num

ramo de rosas.

Gabriel Vinicius Alves dos Santos
Enviado por Gabriel Vinicius Alves dos Santos em 19/02/2018
Reeditado em 16/06/2020
Código do texto: T6258099
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