VASO
o amor é uma merda
no vaso
*de flor
sem água
no raso
do peito,
nada que se preza
uma mera prosa
uma oração sem verbo
nem reza,
pássaros me mordam
me façam de presa
me mantenham preso
às forças da natureza
que faz com que as cigarras
explodam
me ponham no vaso
da mesa
ou do banheiro
e pode sentir o cheiro
do buraco que ficou de mim,
*esse boeiro
o amor não tem
aroma de amora!
nada é palíndromo,
então me deixe!
me transforme num peixe
*elétrico, preciso dessa
descarga*
e que de nada eu me queixe
e tome meu rumo
suma pelo ralo
e esqueça essa coisa
asquerosa
que o amor morra
em roma ou num
ramo de rosas.