Boca Negra

Boca Negra

Ainda a noite, boca negra,

canto forte de um rumor extinto,

voz rouca a segredar-me voltas

todas as que o corpo insone quer

e que a pele aceita.

Vem, dá-me de ti a receita,

estremece comigo,

traga a quietude em que, atenta,

a minha alma te aguarda,

profunda e estreita.

Ama-me como se, estranho,

não fosse teu.

Edgardo Xavier.

Sintra, 18 de Fevereiro de 2018.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 18/02/2018
Código do texto: T6257038
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