Horizonte
Seus olhos fixos no horizonte
Tentando adivinhar as léguas
Que o separavam do seu jardim
Ele sabia que era distante.
Mas calculava mesmo assim
Sem fazer contas ou usar réguas
Com a precisão de um amante
E com a pressa de um colibri.
Galgando rios e todo monte
Pisando as flores que nascem ali
Fez ficar perto o que era longe.
Fez o ilusório chegar ao fim
E com a sede de um fiel monge
Beijou a rosa do seu jardim.