Capricho do Cio

Aprendi a ser teu

unicamente

sem rompantes de culpa.

E de outras coisas me apercebi

para entender melhor a mudança:

tal como ouvir os guizos do silêncio

no prenúncio das manhãs

ou arremedar o orgasmo noturno

embalado na cadência das marés.

Sentir a ogiva do teu corpo

esparso na embriaguez do beijo anunciado

sensível aos arrepios das gramíneas

a violar o segredo da tua carne

insinuante e incendiada

ao capricho do cio que emana dos teus poros.

Nativo da tua chama

ensaio a dança que une o ventre

serpeia tuas curvas luzidias

e cinge meu santuário de espasmos

onírico e tão real

qual a luz bruxuleante

que beija a face da lua.

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 15/02/2018
Reeditado em 15/02/2018
Código do texto: T6254973
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