Hoje eu deixei de te amar
Pétalas carmim se despendem
Caem como sangue pelo gramado verdejante
O vento derruba as maçãs
E elas colidem nas pedras
Assim meu sentimento se assemelha
Meu coração contagiado com a dor mais profunda
Cacos de vidros estão nele
Rasgam, cortam, perfuram o mais íntimo da alma
Pintado de lívido, desboto em feridas no peito
Já não mais respiro por viver
E sim por mera obrigação
Perco as contas das vezes que te amei mesmo de longe
Uma ausência de vergonha
Humilhação que sentou a mesa comigo
Desonra que virou meu inquilino
O vento assopra vagarosamente
Poeiras do teu coração voam para um semoto lugar
Vou me permitindo não enxergar mais
Tampo o ouvidos do meu amar
E costuro de vez a voz do meu pobre coração.