Amor indefinido

Busco, em meio aos arabescos e rabiscos,

novos versos, para te cantar.

A mim, tu guias como a um cego

perdido em canteiro de sons e cores,

levado pela cheiro suave dos teus grandes riscos.

Embalsamo meu íntimo alucinado, meu ego

com teu incenso perigoso de almíscar.

Os segredos guardados na solidão da lua,

despem-se em sorrisos e provocantes olhares.

O coração perde-se de si mesmo,

a andar a esmo, com sua rota indefinida.

A vida, então, subverte-se à regra do não sofrer.

Conduz o nada ao tudo, a chegada à despedida.

Abre-se, num compasso, o passo incerto

à distância perdida e, do que não se faz,

a alma em pedaços, em farrapos, arrependida.

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 26/08/2007
Código do texto: T625202
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