Harmonia em acrasia
Éramos Portela e Mangueira
Passarela e bandeira
Mestre sala, quarto, porta e banheira
Eu, súdito como as nuvens para o céu
Ela, Independente como Padre Miguel
O Tom foi menor do que eu esperava
Mas, bastou
O olhar X9 me dedurou
E, se chove no sambódromo,
Deus quem regou
O jardim de minha escola é só amor
Desde Nenê que eu sou assim (e quem sofre é o tamborim)
Gosto do sereno, da roda a cantar
Planta do pé no asfalto, Partido Alto
Então, aproveite o recuo da bateria e Vai-Vai Vadiar
Quem ama, seus males espanta
Na Flor da Mocidade, bem Jovelina
A ladra que guarda a minha quadra
Minha Pérola Negra, minha sina
Foi um rio que passou na avenida
O “quaiscalingudum” de um coração partido faz cavaco chorar
É a comissão de frente com missão urgente
De concentrar e dispersar
Quando as platinelas do pandeiro entortarem
E o gorgurão da cuíca secar
Ela talvez perceba
Que eu era pimenta demais pro seu vatapá
Sonho de bamba, pesadelo de valsa
Brisa boa, ar lindo, cruz, luz e vela
Colore meu pavilhão
Mancha a minha faixa amarela
Somos Portela e Mangueira
Alegria na quarta-feira
Mas, não a faço carnaval
Pois carnaval é fevereiro
Faço-a pagode para o ano inteiro
Quando ela diz que essa pulga aí é Sapucaí
Que Samba é o meu único assunto
Respondo quaisquer quais quais, chego junto
E firmo sem medo:
“Você é minha escola, minha fantasia e meu enredo”