AO SOM DE MUITAS ÁGUAS

Ao som de muitas águas, sobre superfícies rasas,

Se entristecia o que ansiava mergulhar,

Para encontrar sua joia rara no mais profundo mar,

Mas ali na superfície todos estavam olhando ao céu,

Contemplando as gaivotas que rasgavam as nuvens,

Eles queriam voar e alcançar as estrelas,

E se esqueciam de que bastava um mergulho no mar,

Em um suspiro profundo, um coração com sonhos de poeta,

Poderia blasfemar dos pássaros que dançavam no ar,

E imaginar por um instante que um mergulho fosse asas,

E o azul do mar o céu, e não se abalar pela distância entre o mar e o céu,

Se eles com seus azuis distintos lá no horizonte se encontram,

Mergulhar no silêncio do mar e voar nas asas dos pensamentos.

Ao som de muitas águas, abandonando superfícies rasas,

Ele não se importou com aqueles que vendiam os seus sonhos,

E se esqueciam de viver o que estava distante apenas uma batida do coração,

Ele mergulhou sozinho e se lembrou de cada noite solitária,

E pouco antes de esgotar seu fôlego, sua joia rara encontrou,

E não importava se distante era o horizonte,

Já não importava o silêncio do mar e da noite,

Ele voou em seu mergulho, sem saber se por muito tempo poderia aguentar,

Mas encontrou em seus olhos a luz como de pérola,

E o silêncio não era mais sinônimo de solidão,

Pois sua presença preenchia cada canto daquele pequeno coração,

E como brisa suave que venta após longas tempestades, ele lhe devolvia o ar,

E ao som de muitas águas, somente seus beijos foram capaz de saciar.