A SOMBRA
Como um espelho errante
Sob os raios de um sol radiante
Vem a sombra de uma moto acelerada
Animando as margens da estrada
Sobre ela duas almas enamoradas
Visivelmente entrelaçadas
E se nada pode definir os traços
Tudo define os laços
Dois que parecem um
Pelo tanto que têm em comum
Em carícias e pensamentos
Que guardam e aguardam certos momentos
E a sombra simplesmente acompanha
Em movimento ondulante
Que ora se acanha
Outra se põe adiante
Um desenho nada brilhante
Mas que reluz ao olhar da amante
Se aconchegando em abraços sorridentes
Em retribuo a apalpares salientes
Uma imagem tênue e inibida
Que ao cair do entardecer
Mais se intimida
Até por fim desaparecer