A máquina de escrever

No sótão

Num canto próximo

À janela,

A máquina de escrever,

Sonolenta, desperta

Recebe um tímido raio de sol

As carícias da manhã envolvem

Cada tecla, e a poeira eleva-se...

Saudades das mãos

Que com toques suaves e precisos,

Em noites insones

Buscavam a companhia

E o som de cada letra,

Em misteriosa e encantada sintonia

E escreviam na branca folha de papel

Poemas, tecidos em sonhos:

“ASDFG, HJKLÇ, QWERT, YUIOP...”

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