Estranho, Tão Estranho
Estranho, tão estranho
perceber-se num universo
em poesia, em plena diária
expansão. Deixar adolescer-se
ao não sê-lo e prazerosamente
sentir tesão como se fosse aos
quinze... Apenas pequena foto,
não tão nítida, mas poderosos
versos escritos transbordantes
de alma, de perda sentida,
sofrida ainda a resignar-se,
aceitando a mão que afaga em
energia vibratória, ao sentir-se
calidamente tocada, com toques
de alma em sua alma. Primeiro
plano de vermelho galo no que
melhor lhe sabe o instinto de
dançar ao enlace do acasalamento,
que não vejo mas percebo...
Luz em noite enluarada que
rouba-me o sono e faz sentir-me
ao outro insone a desligar no
tempo... e no vento...
Brisa que acalenta em noite
quente ou gela-me o ser em
longa espera pela palavra
que não vem, mas quando
vem o sangue flui, circula
novamente em profusão a
ruborizar-me as faces pelo
despertar de lascivos loucos
pensamentos... Delícia Justa
que justifica toda espera, pelo
verso, pensamento, texto que
explode como um flash luz de
estrela/cometa ao cruzar de
ponta à pequena ponta em
tela que nos prende... Estranho,
tão estranho, perceber-se assim...