EU JÁ SENTIA SAUDADES
Da janela as nuvens que flutuam,
De cima são como um sonho clareado pelos raios do sol,
E lá a chuva não nos toca, e lá sonhamos acordados,
Pelo vão das nuvens o verde se fazia delicado,
E as montanhas tão distantes pareciam azuis.
O céu se deitava em degrade celeste,
E eu sorria sem movimentar boca,
E eu voava sem bater as asas,
E eu já sentia saudades...
Da janela o mundo era grande e sumia em seus horizontes,
E eu tão pequeno que mal cabiam em mim todos os sonhos,
E de lá eu vi que o Deus que criou as grandezas não se esqueceu de cada detalhe,
Fazendo da obra prima de sua natureza até a riqueza inquietante do seu olhar,
E quanto mais para longe o caminho me conduzia, mais perto de ti queria ficar.
O céu se deitava em degrade celeste,
E eu sorria sem movimentar boca,
E eu voava sem bater as asas,
E eu já sentia saudades...