ELVIRA
Elvira
Irmã do meu amigo
Meu amor platônico,
Por quem fui Édipo
Na minha paixão.
Mulher mais velha
Bancária diuturna
Universitária à noite.
Restando a domingueira
Pras nossas matines.
Desiludido pela verdade,
Revelado por terceiros,
Das nossas diferenças
Sociais e de idade,
Desencantamos de vez.
Tempos depois a encontrei
Com seu diagnóstico melanoma,
Acabado de receber naquele dia.
A consolei num almoço costumeiro
No restaurante do hotel Excelsior.
Nosso último encontro fatídico.
Um ano depois faleceu do mau,
Sepultada onde recebeu seus pais.
Num jazigo abandonado do Araçá.
Assim foi o amor não correspondido,
Deixando saudade nostálgica,
Até hoje na lembrança do passado,
Das perdidas ilusões que se foram.
Chico Luz