O PRIMEIRO AMOR
Súbito atingido, indefeso coração
Os olhos que primeiro sofrem
Aturdidos por bela compleição,
Esfacelados os nervos colidem;
Logo nada se articula, estou mudo
Penso uma coisa, digo outra
Devaneio febril, desejável absurdo
Não faz parte de mim, coisa louca
Tanto querer, sentir, tudo ao mesmo tempo
Tomando conta, espaços preenchendo
Como posso viver e ao mesmo tempo estar morrendo?
Como aceitar de bom grado tão contrário sentimento?
Morto o coração, como segue 'inda batendo?
Se não digo que é amor, o que está acontecendo?