Em meu peito, amor e medo

Escravo do próprio peito, domado pela dor da ansiedade

Posto às traças pela própria autodepreciação, pura maldade

Ladrão dos poucos sentimentos felizes, egoísta por natureza

Sou pecador entre todas as crenças, habitat da tristeza

Já que és tão perfeito, me dizes sua coragem, já que esconde-a de ti

Diferente de mim que mostro minha covardia sem medo, corajoso de mim

Tempo que passa, dias futuros que apenas contarão as horas para acabar

Ainda que guarde uma faísca de esperança é para que uma hora dessas chegue para amar

E se o amor vier me visitar, que venha à galope! Minto! Que venha a caminhar

Pois não quero me acostumar com algo raro e perfeito, tenho medo de logo acabar

E quando chegar, encoste em mim, esquenta-te com meu único amor

Deixe que nossa respiração se una ao mesmo passo que nosso coração

E que caminhemos juntos por tanto longo que dure este momento

Ame-me como amo-te, pois meu corpo padecerá, assim como o seu

E este que era para ser um soneto, mas assim como meu medo, se perdeu

Fui convencido pelo amor a prolongá-lo por mais versos

É que sentimentos como estes para mim são preciosos como o tempo...

Por isso poderia ficar aqui várias horas, para ele que dure eternamente, para você e eu.