Mudo
gira a noite na curva do mar
quando o azul das orquídeas
ressuscita após a chuva.
{não acerto descompassos}
dias inexoráveis passam
vagarosos nas janelas
da minha casa.
há espaços ilegíveis.
sobram poemas
no final do mês.
sou a força no vazio
dos teus espaços.
de quem sou
sabes pouco
ainda não ousaram
fotografar a minha
alma...
não ousaram as portas,
as cortinas e o amor
incompreendido.
dos artifícios
sorrisos congelados
gestos tímidos
eu sei.
ouço as horas dos sonhos
e o que não queres.
recuo nos vazio
seco os olhos
e permaneço
mudo.