Mudo

gira a noite na curva do mar

quando o azul das orquídeas

ressuscita após a chuva.

{não acerto descompassos}

dias inexoráveis passam

vagarosos nas janelas

da minha casa.

há espaços ilegíveis.

sobram poemas

no final do mês.

sou a força no vazio

dos teus espaços.

de quem sou

sabes pouco

ainda não ousaram

fotografar a minha

alma...

não ousaram as portas,

as cortinas e o amor

incompreendido.

dos artifícios

sorrisos congelados

gestos tímidos

eu sei.

ouço as horas dos sonhos

e o que não queres.

recuo nos vazio

seco os olhos

e permaneço

mudo.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 26/01/2018
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