FÊNIX
O amor é como um fogo,
que a tudo queima,
indiferente do tempo ou idade.
Ás vezes se esconde por entre as cinzas.
Fica um pouco morno, adormecido,
esquecido e oculto.
Por amor se morre aos pouquinhos,
dia após dia, todos os dias.
Por amor se alegra ou se chora,
sofre ou se satisfaz,
mas nunca se mata.
Pois quem ama, não mata,
mas vai deixando se matar,
um pouquinho a cada instante.
O amor é algo que no peito,
dói com tamanha profundidade,
qual a um punhal cravado
diretamente no coração.
É uma ferida que não se vê.
E dor que não tem cura.
É uma sangria desatada
que nos deixa pálido
e desmotivados.
Perdemos a razão
e a noção do tempo.
Perdemos noites de sono
e o controle dos atos.
Mas quando menos esperamos,
assim como a fênix,
ele ergue das cinzas
e volta com maior força,
mas nunca se deixa apagar por completo.
Se apagar, certamente não é amor,
mas, uma mera ilusão.
Olhos D’água (MG), 18 de janeiro de 2018.