Ternura Antiga...
Ouço desde menina
Nunca entre naquele buteco de esquina
Lá é um antro de perdiçâo
Onde nenhum boêmio nasce com coração
Mas meninas crescem...
E podem se tornar românticas demais
Vinde a mim moça de Batatais
Era um dia bem atípico bem sei
Daqueles muitos que chorei
Minha mãe definhando no leito
E o amor jorrando a esmo no meu peito
As vezes eu ouvia o choro do cavaquinho
E afundava o rosto no travesseiro
O corpo parecia formigar querendo carinho
Já era alta madrugada
Quando mamãe pediu uma bebida gaseificada
Pediu aflita em prantos
Moça direita precisa sim adentrar aquele antro
Pus um vestido sem fendas nem decotes
Despercebida passaria sem fricotes
Mas bastou pisar naquele imundo chão
Para ouvir aquela voz carregada de rouquidão
Era Nelson Gonçalves vindo em minha direção
Eu, caboclinha simples de dar pena
Me descobri diante dele
A mais sedutora das morenas
No meu ouvido ele entoava todos os seus fracassos
Mas era eu que como um rouxinol
Fazia meu ninho em seus braços
Riscávamos o salão em forma de oito
E mamãe em casa
A espera de refrigerante e biscoito
Olhei para aquele velho moço
E amei cada sulco do seu rosto
Me assustei quando ele me enlaçou a cintura
E do meu busto seu coração se fez prisioneiro
Seus versos eram uma pintura
Tal qual meus longos cabelos
Emoldurando a fronha do travesseiro
Tímida corri para o abrigo da rua
Mas ele me alcançou a luz da lua
Cerrei minhas pálpebras em sofreguidão
E nas mãos dele me fiz violão
Dedilhada com ternura e carinho
Num mundo cheio de espinhos
Ofereci meus lábios túrgidos pela emoção
Que fez até o mais sedutor dos boêmios
Sentir no peito o bater
De um descompassado coração...
Ouço desde menina
Nunca entre naquele buteco de esquina
Lá é um antro de perdiçâo
Onde nenhum boêmio nasce com coração
Mas meninas crescem...
E podem se tornar românticas demais
Vinde a mim moça de Batatais
Era um dia bem atípico bem sei
Daqueles muitos que chorei
Minha mãe definhando no leito
E o amor jorrando a esmo no meu peito
As vezes eu ouvia o choro do cavaquinho
E afundava o rosto no travesseiro
O corpo parecia formigar querendo carinho
Já era alta madrugada
Quando mamãe pediu uma bebida gaseificada
Pediu aflita em prantos
Moça direita precisa sim adentrar aquele antro
Pus um vestido sem fendas nem decotes
Despercebida passaria sem fricotes
Mas bastou pisar naquele imundo chão
Para ouvir aquela voz carregada de rouquidão
Era Nelson Gonçalves vindo em minha direção
Eu, caboclinha simples de dar pena
Me descobri diante dele
A mais sedutora das morenas
No meu ouvido ele entoava todos os seus fracassos
Mas era eu que como um rouxinol
Fazia meu ninho em seus braços
Riscávamos o salão em forma de oito
E mamãe em casa
A espera de refrigerante e biscoito
Olhei para aquele velho moço
E amei cada sulco do seu rosto
Me assustei quando ele me enlaçou a cintura
E do meu busto seu coração se fez prisioneiro
Seus versos eram uma pintura
Tal qual meus longos cabelos
Emoldurando a fronha do travesseiro
Tímida corri para o abrigo da rua
Mas ele me alcançou a luz da lua
Cerrei minhas pálpebras em sofreguidão
E nas mãos dele me fiz violão
Dedilhada com ternura e carinho
Num mundo cheio de espinhos
Ofereci meus lábios túrgidos pela emoção
Que fez até o mais sedutor dos boêmios
Sentir no peito o bater
De um descompassado coração...