Entre Deuses
Como Orfeu a todos encanta
Uma alma condenada ao amor
Presa na solidão dos homens
Deseja , mas só recebe dor.
Rastros apagados com o orvalho
Mãos congeladas do inverno
Olhos castanhos carvalho
Brilham sem carinho terno.
Sonhos levados com o vento
Lembranças do que suportou
A inocência lhe foi roubada
A pureza o mundo tomou.
Essência de Afrodite
Perfume de uma doce flor
Veste o véu da vida
Mas na morte já se afogou.
Cabelos vermelhos queimados
Luxuria para acompanhar
Pássaro de asas cortadas
Presa só lhe resta sangrar.
Nobre mortal apaixonada
Nas garras do amor sucumbiu
Amor puro puro interrompido
Que nos zelo dos Deuses caiu.