PASSAGEM

Sempre do meu pensamento serei detento

Por mais que a inconsciência seja contrabando

Dos conflitos que sugam do raciocínio o banzo

Que perfura da solidão o sonho que acalento.

Desejo resguardar no âmago todos os instantes

E fomentá-los sob a égide do querer mergulhar

Nas piscinas onde minhas lágrimas formam o mar

Da nostalgia donde enxergo tantos barcos distantes.

E enquanto o tempo for meu mais sincero cicerone,

Certamente terei no amparo dos deuses um clone

Para deleitar-me a fim de que possa suportar a dor...

Um dia, num futuro próximo, prolatarei tal devaneio,

Então da saudade formar-se-á o mais sagrado enleio

Que é a prisão de morte daquele que fenecerá de amor!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 21/01/2018
Código do texto: T6231828
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