PERCEBO

Percebo em teu olhar

um brilho que te distancia,

enquanto te penetras

na penumbra que te vigia.

Percebo em teu andar

um passo firme e decisivo,

que te conduz solene

pelos caminhos que diviso.

Percebo em teu gesticular

um movimento vaidoso,

algo assim tão voluntário

que é um gestual vagaroso.

Percebo em teu amar

uma pureza que denota,

um pouco de tua grandeza,

nos sinais de tua rota.

Percebo em teu chorar

um pranto um tanto doce,

que te escorre pelas faces,

rumo ao sorriso precoce.

Percebo em teu voltar

uma sinceridade pura,

nesses passos derradeiros,

que sejam o fim da procura.