ODE DOS DESENCONTROS
Estas?
Estou.
Tudo certo?
Talvez...
Não! posto que hoje,
Não poderei agora,
Ir dar-te o beijo de amor meu,
De amor teu...
Hoje já não é agora,
Eu ainda estou em casa,
Quando em outros tempos,
Já ter-me-ia posto a caminho,
Nem que na estrada dos parvos!
Coisas que tive que resolver,
Prendem-me ao que não gosto,
E privam-me do que gosto,
E parece que todo o teu bem querer, ficou para... ontem...
Ah maldita retórica de sempre!
desarrumou minha vida hoje,
E quiçá para sempre,
Sem aviso prévio nem nada...
A tarde foi generosa meu amor...
E se pôs elegantemente...
Deixou-nos uma poesia e uma rosa...
Uma frase retórica e nada mais...
Eu desarrumei a sua vida?
Qual nada!
E eu, cujo o "desarrudado" d'alma está sendo profundo,
Com a sua presença em minha vida?
Seria eu parvo o bastante para deixar o,
Acolher de seu colo a troco de nada?
Que sujeito retórico à Grega sou eu!
Ou serei eu um covarde diante do poder de uma mulher?
Melhor! Muito melhor!!
Isso não se faz,
Sou acaso eu, um grande estrategista do amor?
Em nome do amor... educação e delicadeza passam longe...
Jogos, jogos de amor...
Retórica Shakasperiana!
Acostumei-me ao gamão,
Poucos jogos levam-me de volta aos tempos de calças curtas...
Não,
Não convence-me sua enganação,
Ah meu bem...
Se tu soubesses de minha real intenção...
Recuso-me a jogar com você este jogo bobo de amor,
Ficarás sem saber jamais de minhas reais intenções,
Se sou eu a Colombina boba,
Que serás tu, ó meu amor?
Ah amor meu, a liberdade dos amantes,
É caminho que leva a Roma...
E o amor, uma carruagem de fim de carnaval veneziano,
Onde as flores de teu vestido, tem cheiros de amor...
Então se tudo que resta-me são as flores virtuais,
Colherei-as resignadamente....
E a guardarei entre meus livros...
De poetas mortos mais vivos do que eu!