Desexistido

Alma tua

que da minha chegas

trazendo algemas,

fazendo medo,

é o que me sobra

depois de querer ser-me tu

e, ainda que desexistido,

desejar ser lembrado

e amado

e querido

por esse teu amor fujão

que, negando-me as mãos,

foi embora

bem antes da hora

habitar lugar ignorado

sem se lembrar de que fiquei

desencarnado

e apaixonadamente só

sem corpo e alma

que de novo pudesse amar...