A ATRIZ
Não são teus olhos que agridem o fato
a memória do acaso que fez ter te visto,
a falta de traços no largo do cenário
em que atua a tua perfeição de sorriso,
não são as formas que estão no imaginário
das palavras que te sopram ao ouvido
os aplausos da plateia, o mutismo
que reverbera o grito preso em teus lábios,
a ação do teu semblante sério presa ao relato
da beleza desprovida de liberdade, no claustro
de ideias lascivas que te seguem o caminho
e é isso que ninguém jamais vê em ti:
Não há inocência na tua figura de atriz
só há dilema seguido de estrago.