A ATRIZ

Não são teus olhos que agridem o fato

a memória do acaso que fez ter te visto,

a falta de traços no largo do cenário

em que atua a tua perfeição de sorriso,

não são as formas que estão no imaginário

das palavras que te sopram ao ouvido

os aplausos da plateia, o mutismo

que reverbera o grito preso em teus lábios,

a ação do teu semblante sério presa ao relato

da beleza desprovida de liberdade, no claustro

de ideias lascivas que te seguem o caminho

e é isso que ninguém jamais vê em ti:

Não há inocência na tua figura de atriz

só há dilema seguido de estrago.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 16/01/2018
Código do texto: T6227297
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