A Quem Lhes Parecem As Videiras...
A quem lhes parecem as videiras
senão às mulheres; belas, fortes,
mas sensíveis. Raízes profundas,
vão ao âmago, ao impossível,
seiva rara que nutre e alimenta.
Espraiam-se em braços e abraços
sem fim, num êxtase de prazer,
buscando espaço, seu justo espaço.
Reinventam-se ao longo do tempo;
despem-se do amarelo ouro que
lhes deixam divinas, para desnudas
fecharem-se em si, até novo despertar.
Aí vestem-se de verde esperança;
esperança infinda de nova vida que
apenas jazia por hora adormecida.
Protegem-lhes as roseiras, com suas
flores, de tantos formatos, perfumes
e cores; somos nós suas roseiras,
guardiões que somos em suas vidas.
O fruto doce entregam, em consentida
candura por nós violada em prazer.
A quem lhes parecem as videiras
senão às mulheres, que por amor
geram, dão vida aos homens, que
lhes são caros, que flertam, seduzem
e conquistam o coração das mulheres.
A quem lhes parecem as videiras...