Tempo de Amar

Houve um tempo

em que a paixão

levava enamorados

à sombra do caramanchão,

na praça junto ao rio, onde,

sentados em um singelo banco,

davam-se as mãos, trocavam

carícias e lascivos beijos.

A tarde quente passava

desapercebida, bem como

o vento, a rolar folhas e

flores pelo chão,

em enredado balé.

Nem o cheiro da pipoca

quente ou os passantes

eram capazes de distrair,

roubar a atenção dos

amantes em suas eternas

juras de amor.

O tempo passou, o rio

isolado por muro,

desfez-se o caramanchão,

quebrou-se o banco,

foi-se o encanto...

Já não importa.

Talvez vivam somente

na lembrança de poucos,

mas não faz diferença;

são apenas bucólicas

saudades de um tempo

que não mais voltará.

Contudo, o amor não

morrerá; muda o cenário,

a forma de amar,

a expressão dos desejos,

a efetivação dos desejos,

mas o amor não morrerá.

O amor reinventa-se

a cada nova geração

e talvez, daqui um tempo,

lhes caiba escrever sobre

as saudades do seu

tempo de amar...

fabio fernandes
Enviado por fabio fernandes em 15/01/2018
Código do texto: T6226341
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