Olhos castanhos esverdeados
Ah Saudade!
Dos teus olhos castanhos esverdeados
Deste teu sorriso meio escondido, meio maroto
Meio safado, meio amor, meio desejo.
Quando lembro deste teu sorriso
Sinto que ele ainda pede os meus beijos
E não são somente sobre os teus lábios.
São por dentro da tua boca
Enrolado em tua língua
Deslizando do começo ao fim
Num vai e vem sem parar.
Ah Saudade!
Dos momentos do fim
Quando extenuados, suados e molhados
Descansávamos lado a lado.
Olhos nos olhos
Como se nós tivéssemos feito uma safadeza
Ou realizado a maior das nossas proezas.
O calor dos 30 graus de uma tarde de verão
Um apartamento pequenino
Pernas que se cruzavam a toda hora.
E as nossas mãos?
incansáveis
Procuravam por carinho novamente
Parando premeditamente
Nos encantos agora maltratados e sensíveis
Nós sorríamos e meio sem jeito
Saíamos rapidamente dos lençóis para o chuveiro.
E os dedos incansáveis deslizavam sobre as curvas
Em carícias suaves envoltas em shampoo ox e sabonete phebo.
Nem pensávamos em perfumes caros
Havia cheiro de amor que vaporizava tudo.
O Tempo um egoísta nato
Levou consigo mais esses momentos de nossas vidas.
Mas não conseguiu levar
O sabor doce e salgado dos nossos suores
Ficaram os ecos
Quanto mais desconforto mais se pedia mais.
Pois no fim tudo se acomodava em sussurros de ais
O perfume de teu corpo nos lençóis que não sai mais
Leva-me a ter visões daquele passado, à cremes
Hoje
Eu adoro as ventanias e as tempestades
Deleito-me sentindo a impetuosidade da natureza selvagem
Açoitando o meu rosto e o meu corpo.
Elas me lembram você
Que dividiu a liberdade que pertencia-lhe, comigo.
Um mero conservador das emoções
Com a coragem dos desbravadores do desconhecido
Nós chegamos juntos, ao mesmo tempo
Aos lugares secretos onde nós guardávamos, as nossas ilusões
E as transformamos em relíquias de puras emoções.