comigo

tenho
em meus pulsos
presa em voltas
fazendo meu sangue
correr
quando
mais preciso.

assim como a âncora
para o navio,
é você quem
prende minha inspiração.

acho incrível
quando me diz
nunca ter sido
amada.
como não? só se não
souberam fazer o amor
direito. só se não viram
o que guardas, ou não foi
descoberto, mas mesmo
assim
não é sua a culpa.

podemos culpar o tempo,
sim. e o faremos.
talvez aqueles estivessem
atrasados, ou foram todos
um grande preparo.
desculpe-me.
quem me dera saber
de tal sentimento.
não sou um músico.
não carrego comigo um
violão, tampouco tenho
um bigode ideológico tão
farto.

mas ainda hei de te sussurrar
as palavras que você tanto
esperou.
ouvirá enquanto dorme, pois
também quero que tenhas bons
sonhos.
ouvirá sem menos esperar, como
ainda se surpreende depois de um
dia puxado, cansada à cama em
pensamentos caóticos.
ouvirá ao banho, para que a sujeira
da alma também vá pelo ralo.
ouvirá no cansaço do pecado,
com o suor das paredes e ofegante
ao afastar a morte.

e por enquanto esse é o romântico que
sou. com versos e promessas de
orgasmos
no lugar de um buquê de flores.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 14/01/2018
Reeditado em 14/01/2018
Código do texto: T6225638
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