07.135.1 - O RENASCER DA FENIX

Não tivesse eu beijado

Aqueles malditos lábios que beijei.

Não teria eu conscientemente magoado

Meu pobre espírito que por tanto tempo cuidei.

E agora o que eu faço da minha vida

se teu beijo de língua contaminou meu ser?

Aprofundou nas minhas perdidas

para me afogar sem deixar pensar e fazer.

Não tivesse você cruzado o meu caminho

E tudo ainda estaria como sempre fora.

Não estaria hoje, eu, perdido e sozinho

vendo você, pela segunda vez indo embora.

Diga-me se puderes: como é que vai ficar

uma estória que termina sem fazer historia?

Mostre-me um caminho, pois nada vai justificar

O turbilhão que se formou em minha memória.

Não tivesse eu nunca ter cruzado furioso

minha língua em tua língua numa briga cega.

Não tivéssemos; como dragões libidinosos,

Serpenteado nossas línguas sedentas

naquele louco e diabólico pega-pega.

Você foi à procura de um amanhecer a dois

Levando consigo minha vida que era calma.

Foi em busca de parceria sem saber

que vida a dois, acordar no amanhecer, só depois

que o amor, então maduro; perceber

que não dá mais para fingir nem se esconder....

Deixou-me só, sem ter vidas nesta luta vã

Perdido dentro do meu eu, sem paz e sem saga.

Tudo bem que não saiba, pois no amor o amanhã

É chama que acende hoje no peito e nunca mais se apaga

CondeEvanil
Enviado por CondeEvanil em 13/01/2018
Código do texto: T6225062
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