Flor melancolia
A flor tão graciosa
e igual as outras ficou
com ele apenas
alguns minutos.
Pobre florzinha, fora colhida com tanto
amor para depois sofrer
dias e dias longe da epiderme
que ela queria se eternizar.
A semente, o botão de flor,
vive na solidão a que o pássaro,
sem titubear a deixou em meio
às cinzas do lugar, onde os amores costumam findar.
Flores definitivamente sempre
trazem solidão à menina,
pois na brincadeira costumeira
de bem-me-quer mal-me-quer,
a última pétala sempre
se volta para o mal-me-quer e ela acaba
querendo a sina melancólica e
enraizada no vazio
do (não) querer e continua nos
tropeços que o coração míope lhe leva.