Flor melancolia

A flor tão graciosa

e igual as outras ficou

com ele apenas

alguns minutos.

Pobre florzinha, fora colhida com tanto

amor para depois sofrer

dias e dias longe da epiderme

que ela queria se eternizar.

A semente, o botão de flor,

vive na solidão a que o pássaro,

sem titubear a deixou em meio

às cinzas do lugar, onde os amores costumam findar.

Flores definitivamente sempre

trazem solidão à menina,

pois na brincadeira costumeira

de bem-me-quer mal-me-quer,

a última pétala sempre

se volta para o mal-me-quer e ela acaba

querendo a sina melancólica e

enraizada no vazio

do (não) querer e continua nos

tropeços que o coração míope lhe leva.

Fernanda Paulo Albuquerque
Enviado por Fernanda Paulo Albuquerque em 13/01/2018
Reeditado em 23/01/2018
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