Tempestade

Trazes a tempestade.

O mundo vem de ti pastoso

e a língua molha, devagar, o mel das fragas.

A terra ainda erma mostra pele e mato.

É lava o que me escorre

como se fosse eu monte,

rebeldia, explosão,

a voz rouca a parar o grito.

A seguir à tua mansidão volta o recato

e há noite profunda no meu corpo demitido.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 10/01/2018
Código do texto: T6222401
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