SAUDADE E SILÊNCIO

Em ti deixei as flores e os frutos.
Em ti, a sombra do cajueiro.
Nós caminhávamos pelo quintal
e era o mundo ainda pequeno.

Depois veio o beijo
e a brutalidade da paixão.
Febris deixamos o desatino
se abater sobre nós.

Com teu nome nos lábios,
esqueci de mim.
E a mulher em ti se abriu
cândida e pecaminosa.

Descobri teu corpo,
mas veio a manhã
e nos cegou por completo.
Fui para o quartel.

E, no silêncio do teu quarto,
forjaste a idéia de me esquecer.
Segui minha vida.
Seguiste.

Mas, ao te rever, o vento de antes
voltou a bater.
Como uma brisa,
mas voltou a bater.