FUGINDO DA VIDA
Em um tempo que não sei bem definir quanto
a sua distância, observei um andante entre muitos
caminhantes que demonstrava um semblante
quase de choro e bastante preocupante.
Se não bastasse caminhava cambaleante
quase caindo, esbarrando nos transeuntes
aparentemente dando a impressão que
fugia dele mesmo ou de alguma coisa.
Estático dei asas aos meus pensamentos e
não cheguei a uma conclusão do que poderia
estar chicoteando aquele corpo que o tempo
fez questão de brincar e depois deformar.
Seria um caso de amor mal resolvido,
talvez um daqueles onde a deusa partiu
para horizontes diferentes e ele simplesmente
aderiu ao clube dos relegados?
Não sei! Mas o fato me conturbou e até hoje
uma multidão de indagações me deixa pasmo
e me pergunto: Por que tanta hostilidade? Por que
as armas para os preparativos de guerra se as
tonalidades multicoloridas do amor nos acolhem?
Por que torrentes de lágrimas algumas até
escondidas, por que moradias em profundos abismos,
por que escapulir da vida como pássaros escapam
das gaiolas?Por que fugas descabidas e aterrorizantes?