MÁSCARAS
No calor do alto verão,
Sol a pino derretendo asfalto,
Ela passou na contramão
Do caminho que eu seguia.
Parei de estanque na calçada
E virei-me a entortar o pescoço;
Ela poderia ser tudo ou nada
Mas eu teria que roer este osso.
Mais que seu rebolante corpo
Atraiu-me a atitude poderosa
De mulher empoderada de valor;
O que dá mais sabor à conquista.
Fui à sua pista, apaixonado,
E consegui trazê-la ao meu lado
Daquele dia em diante, sem máscaras,
Com caras palavras de amor.
Deixei-me enredar como privilégio,
Levado presa fácil de seu sortilégio
Para um destino inevitável
Em erupção no meu coração.