Chuva

Caia chuva!

Às vezes fria e mesquinha,

nunca perca sua candura,

mesmo ao cair do céu enjoada e fininha.

Caia chuva!

Dê água às belas flores

que não brilham sem a lua.

Só se ver a neblina, sem o sol não há cores.

Caia chuva!

Dê vida aos secos jardins

que depois ficam lindos como plumas

igual às asas do anjo Serafim.

Caia chuva!

Jogue água onde está seco,

a pequena parte é sua,

dê sentido à alma, coragem onde há medo.

Caia chuva!

Findando as noites dos boêmios.

Não importa como flua,

simplesmente apague os incêndios.

Caia chuva!

Molhe o belo corpo dessa menina,

escorrendo entre suas coxas sem pudor.

Ela embriaga-se só pelo fato de estar nua.

Quero vê-la, tocá-la, sentir o amor e ver que não é mentira.

Caia chuva!

As nuvens estão pesadas.

É Deus que quer lhe ver pura

para apreciarmos a noite estrelada

e nos amarmos com o brilho da lua.

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Publicado no meu primeiro livro solo, "Ensaio Poético" (ed. Virtual Books).

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