Saudação de Ano Bom a todos quantos lerem esta página
A todos os meus leitores e leitoras, e a todo o Mundo, desejo as maiores felicidades!
Saúdo este novo ano que agora entra, com um poema ao gosto de um género poético nascido aqui, na Península Ibérica, nos tempos do Al-Andalus - a MOAXÁ-HA. Apenas me inspiro na 'forma'; não no tipo de linguagem.
.
FONTE da TELHA
.
[Moaxá’ha]
.
A falésia vai adormecer
ciente que o Verão
um dia há-de volver
.
Ao de leve, chegou o mês, o nono,
o mês que o Verão retira do seu trono
e suave, docemente, traz consigo o doce Outono.
Na base da falésia, os pinheiros, a crescer,
afirmam aos ventos todos a vontade de viver.
.
Caiu a tarde, o Sol baixou no mar;
despediu-se o dia, cansado de cantar,
e a noite traz consigo as horas de te amar.
No alto da falésia, a Lua vem rever
seu reino de sombras onde os sonhos vão nascer.
.
.
[Jarcha (ou Finda)]
.
Quando eu era pequenina,
acabada de nascer,
‘inda mal abria os olhos –
já era para te ver.
.
.
.
© Myriam Jubilot de Carvalho
Fonte da Telha (Praia da costa de Caparica, Portugal), 5 de Outubro de 2017
.
A Jarcha ou Finda, é quadra popular portuguesa
.