SIMPLESMENTE AMAR

Escorreguei pelos seus lisos cabelos

E fui parar com a cabeça repousada no seu colo

Dalí a vista era dos seus olhos, que os meus mirando faziam apelos;

Firmes seios que me seguravam

Frescos lábios que só de ver, conhecer podia-se o sabor

Sobrancelhas salientes que me provocavam;

Se descendo eu fosse, me complicar podia

Tanto ainda a me perder

Achar assim toda a felicidade eu iria;

O que pode o fraco e animal instinto

Quando capturado pelo amor verdadeiro ele é

Enjaulado, indefeso, irrefreável desejo sinto;

Desejo que se perde, prisioneiro da paixão

Nada podendo contra violento inimigo

Esse amor que confundido tudo torna vão;

Ensina-me a amar, explica o que acontece

Algo que não controlo e tudo que dele vem

Doença e cura fazem parte, torna-me escravo que obedece;

Ó morte que anseio, se no eterno do teu lado posso estar

O tempo da vida, este curto suspiro que nem move o ar

Torna-se tedioso na esperança de teu amor encontrar

Buscando dele então, só então, tudo que importa

E só o que importa do amor é simplesmente amar