Entre o sonho e o amor

A poesia vai esmolando saudade em mim…

Despertando do sonho o que talvez tenha sido uma ilusão…

Lembro-me daquela menina que corrida a mendigar uma história de amor

e abraçava surrealmente com a delicadeza da amante que foi!

Espreitávamos os sonetos…e os sonetos davam-lhe licença para ficar nua.

Desafiámos leves arrepios ao nos refrescarmos nas águas,

depois foi de vez, mergulhamos nas metáforas e ela foi espojando-se em aldravias,

e o vento que vinha de lá das profundezas do desejo trazia pecados eróticos.

Sentimos desejos de dar um beijo na carne molhada e lembramo-nos logo

de todos os beijos fechando os olhos cegos do mau pensamento, era meia noite ao entramos na intemporalidade…

Ela ainda abanou a fronte para lhe fugir o pecado, mas os lábios quentes já haviam beijado a mão, e depoisa testa... tudo... e depois de tudo as faces e depois a boca e depois... voamos... voamos sem regras ... como moinhos descontrolados…

…mãos alheias a desapertarem ligas e o corpete empapados pelos braçados de tesão, buscando tudo que seja pecado!

Lembro-me que depois de fazermos amor lhe perguntava se vira por acaso uma borboleta branca a voar a muito, uma borboleta muito bonita!

Sorria deitada entre pastos dourados e dizia que não, que não tinha visto, mas nunca desisti de procurar, no sonho, nos sorrisos, e até mesmo por debaixo do vestido.

Como desejava poder beijar a linda borboleta de novo!

Teria a borboleta branca fugido para dentro dela?

Febo
Enviado por Febo em 27/12/2017
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