MEU ÚTERO MAIS AQUECIDO

Dá gosto falar do amor

não daquele amor insosso, remido,

mas do amor vasto, aprumado, de raízes sorridentes.

Dá gosto mergulhar num amor

bem distante daquele amor corcunda, sovina,

que só presta para enjoar o gosto de estar aqui.

Dá gosto não se esquivar do amor

não daquele amor obeso, de respirar trêmulo,

mas um amor aconchego, que faz valer

cada vão dos nossos ossos.

Dá gosto sorrir para o amor

bem diferente daquele amor descabelado

que faz perder encantos sagrados,

que estão lá só para cirandar nossa alma

até sempre.

Dá gosto perambular pelo amor

não naquele amor encurralado,

mas num amor escancarado, de sangue bom

feito pra nos fazer virar gente de novo.

Dá gosto se atracar num amor

bem diferente daquele amor bruto,

que perdeu suas rédeas num vazio qualquer.

Dá gosto morrer por um amor

não um amor meia-boca, esquivado, escasso,

mas um amor recompensado,

cheiroso, esperado, entretido pelas palavras nunca ditas,

imenso das coisas lindas que a vida faz ser,

pleno das coisas mais lindas

que o tempo fará brotar do seu útero mais aquecido.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 21/12/2017
Reeditado em 21/12/2017
Código do texto: T6204460
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