A PORTA

Era sempre ela

a receber-me

ao chegar

e sorrir-me

ao partir!

Sempre ela

de braços abertos,

cedo ou tarde,

quando me

atrasava e sem

nada dizer

convidava-me

a entrar!

Mostrava-me

a vida de dentro

e de fora;

esperava-me

após as provas

em todos os anos;

desde criança,

comigo, teve

cuidado de não

pegar meu pé

sempre desastrado!

Choramos juntas,

quando de minha

ida para a capital,

mas ao chegar

eram longos

nossos papos,

até o dia

que sem ela fiquei

para sempre,

quando a casa

foi demolida

e a porta

desapareceu

entre os escombros

de toda minha vida!

Eugênia L.Gaio

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 20/12/2017
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