A PORTA
Era sempre ela
a receber-me
ao chegar
e sorrir-me
ao partir!
Sempre ela
de braços abertos,
cedo ou tarde,
quando me
atrasava e sem
nada dizer
convidava-me
a entrar!
Mostrava-me
a vida de dentro
e de fora;
esperava-me
após as provas
em todos os anos;
desde criança,
comigo, teve
cuidado de não
pegar meu pé
sempre desastrado!
Choramos juntas,
quando de minha
ida para a capital,
mas ao chegar
eram longos
nossos papos,
até o dia
que sem ela fiquei
para sempre,
quando a casa
foi demolida
e a porta
desapareceu
entre os escombros
de toda minha vida!
Eugênia L.Gaio