A descoberta do verdadeiro amor (que sempre esteve ali!)
para o meu eterno amor,
amor de salvação do
martírio de uma vida...
Para a minha Maria Edilene...
(e que eu possa em teus olhos me encontrar...)
... o medo de ser feliz assombra!
somos tão vulneráveis,
o mundo nos deixa tão frágeis:
- muitos são os momentos em que pensamos
no fim de quem somos realmente!
esquecemos nossa essência e o que nos fez chegar aqui
somos um conjunto de alegrias, tristezas, escolhas
equívocos
riscos
erros
direções opostas ao que realmente sentimos...
Mas, o que sentimos?
vários são os momentos em que somos tomados por uma certeza,
por um convicção,
por opções, decisões e caminhos
que nos cegam
Ah! como é preciso ter força para nos livrarmos
daquilo que não nos deixa ver
a transparência suave das coisas ao nosso redor!!!
- opacidade doentia que nos deixa fraco
na ilusão de estarmos sendo forte... catarata que precisa ser retirada
sem anestesia!
Sequelas se fazem e ficaram...
E podemos dizer: "o amor cura e supera tudo..."
... e eu, agora eu, posso dizer
o amor, sim, supera tudo,
cura a alma de todos os males que um dia se instalaram
"O amor?" - podem questionar muitos
Digo, com a certeza daquele que sofreu: "sim, o amor... o verdadeiro e único amor,
o amor que nasce,
que se constrói aos poucos,
com cada grão de areia que ali se deposita,
com cada gesto, cada ação,
cada momento,
por mais mínimo e insignificante que, aos olhos de muitos,
possa parecer..."
[...]
Sei da perplexidade e interrogação que palavras assim podem despertar!
o amor é atemporal, mas justificado e afirmado pelo tempo...
o amor é o que não cabe em nossos olhos e nossos lábios
o amor são os momentos de uma vida de muitos e inúmeros momentos
de dores,
de tristezas,
de obstáculos,
de momentos em que as esperanças nos deixaram,
de momentos em que nada parece ter mais sentido,
de momentos de estrema tristeza
e sentimento de perda...
e são esses momentos que constroem o que ousamos chamar de amor
e justificam
as alegrias,
os sorrisos inocentes,
os desejos ardentes,
o prazer incontrolável de dois seres no desejo de serem um,
a vontade pelo toque,
a vontade pelo olhar do primeiro encontro,
na canção para o auditório americano,
e sim, do toque inocente por entre a renda do cardigã azul claro usado
pela amada, verdadeiro amor,
no dia do primeiro beijo...
- e quem não lembraria do primeiro lanche dividido pelos jovens e inexperientes amantes naquela segunda-feira de junho?
O que impedia de ver tudo isso?
De buscar, na memória, as lembranças perdidas?
[...]
...elixir da vida eterna,
poção do amor incondicional,
a açucarada bebida da felicidade...
- por que esquecemos do sabor dos sentimentos mais sutis e sublimes que um ser humano pode provar?
somos tolos... o amor vem
constrói-se e é construído...
não pode ser destruído!
[...]
Diferentemente do "Boa noite" dado a mulher vestida de preto,
da fuga desesperada daquele que a amava,
peço que ao dizer "Boa noite"
aperte-me, sim, contra seus seios
responda-me "Boa noite" com os seus lábios entre os meus,
e beije-me como aquele dia,
aquele em que nossas almas se encontraram
e se entregaram aos desígnios do destino...
Peço:
não me deixes, nunca mais
vagar por ruas escuras,
por caminhos desconhecidos...
não permitas que meu coração
novamente acredite
estar sozinho...
[...]
... segure minhas mãos e nunca esqueça de toda a nossa história;
segurem minhas mãos, guia-me,
minha querida Maria,
meu eterno e verdadeiro amor...
... talvez, conversar a noite inteira ajude
... está quente e um turbilhão assola o que resta
da minha vida:
o trem passa...
Não consigo me levantar
Todos andam, correm
Empurram-se para chegar
Em lugares que para mim agora não faz sentido
Tudo é escuro depois de suas palavras salgadas
Doloridas pela negligência que tive pelo nosso amor
Momentos e anos deixados de lado por uma tentativa inútil de encontra-lá onde achei que a tinha perdido...
Perdi...
Não conseguirei encontra-lá:
Sou um Orfeu do século XXI que deixou o amor da sua vidaescapar por entre as mãos e dedos
Da pós modernidade da crueldade das redes sociais...
Tardio... essa é a palavra que está gravada em mim...
O tempo não mais existe
As dores de tão fortes entorpecem meus sentidos
Barulho de mais um novo trem partindo em direção ao se destino...
E eu? Risos nervosos da culpa que não me deixa,
Não tenho destino,
Mas não o destino físico de espaços e ambientes caoticamente diários
E sim o destino da minha alma... perdida após o erro de meu corpo...
Sou Orfeu que deixou o amor de sua vida partir...
Sou aquele que o castigo de Prometeu será pouco,
Aquele que a dor inconsequente sentida por Narciso e sua desonra
Será pouco frente a aberração que seus olhos veem...
No tempo não posso mexer...
Sopra o vento produzido por mais um trem!
Quem serei e o que será?
E o vento sopra mais forte.... a tempestade se aproxima
Para onde irei?
A tempestade começa... estou com medo!
[...]
A parte que me faz forte
A luz do meu caminho
Desaparece diante dos caminhos tortuosos
Escolhidos por mim...
Aquela que amo talvez não mais me entenda
E, talvez, o meu "Boa noite, Maria"
Não possa mais ser dito olhando
Em teus olhos...
E o que eu devo dizer para não magoar você
E o que meus olhos dizem...
Paro aqui... mais um trem
A tempestade se forma...
Nunca quis faze-lá sofre,
Minha eterna e adorada Maria...
... palavras?
Imaginar uma embriaguez de palavras
É o que eu preciso
Para fazer com que você saiba
O que ninguém mais sabe sobre nosso amor...
Minha eterna, meiga e amada Maria!