Amantes

Propagaste desejos em mim inconscientemente

onde fortuitamente te toco a alma nua e ardente…

…e amas-me dissimuladamente na imoralidade…

Pressagiei o aroma explosivo do teu fogo

e escuto os rumores na pele molhada…

Vaticinações de apelos sísmicos sem debandada…

A noite ainda assevera mil e uma fábulas

e os corpos ausentes instalam-se vagarosamente

entre posições nómadas e ilegíveis nas pausas das colcheias…

Perdemos a castidade oculta das palavras matrimoniais

e pecamos…o lume irrompe para beberes…e beijas-me…

Será que pecamos?

Nãooo…é leve o peso das estrelas onde soa o prazer

das bocas irrompendo a inocência nua…

Abraço cujo caule se estende como a hera enlouquecida

ramificando para lá dos alicerces da razão…

Olho para os corpos e leio

o que o sopro do gozo escreveu sobre a pele…

Lentamente levanto-me do fundo de ti

e num soluço de incontrolável prazer sei que estamos vivos

e mais que …amantes…somos amor…

Febo
Enviado por Febo em 15/12/2017
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