Amantes
Propagaste desejos em mim inconscientemente
onde fortuitamente te toco a alma nua e ardente…
…e amas-me dissimuladamente na imoralidade…
Pressagiei o aroma explosivo do teu fogo
e escuto os rumores na pele molhada…
Vaticinações de apelos sísmicos sem debandada…
A noite ainda assevera mil e uma fábulas
e os corpos ausentes instalam-se vagarosamente
entre posições nómadas e ilegíveis nas pausas das colcheias…
Perdemos a castidade oculta das palavras matrimoniais
e pecamos…o lume irrompe para beberes…e beijas-me…
Será que pecamos?
Nãooo…é leve o peso das estrelas onde soa o prazer
das bocas irrompendo a inocência nua…
Abraço cujo caule se estende como a hera enlouquecida
ramificando para lá dos alicerces da razão…
Olho para os corpos e leio
o que o sopro do gozo escreveu sobre a pele…
Lentamente levanto-me do fundo de ti
e num soluço de incontrolável prazer sei que estamos vivos
e mais que …amantes…somos amor…