A CONFISSÃO
Vê se me confessa,
o porquê da sua pressa;
dessa louca aventura,
que ainda hoje perdura;
preso nas forças do vício,
do seu próprio sacrifício;
que ora nos revela,
a transição que acautela;
quando a solidão desses dias,
nos deixa em desarmonia;
mesmo que assim se deseja,
a amplidão que se almeja;
por quais percalços tais,
que nos desesperam mais;
no entanto, a sua confissão,
por ora, algo em vão;
se eu desejo e não me faz,
sinto-me como que incapaz;
por desejar os desafios,
de encher os copos vazios;
de aguardar o seu consolo,
do tombo se conhece o solo;
talvez apenas um olhar,
consiga nos agradar;
e por isso se ama, se despreza,
tanto xinga como reza;
é no seu aconchego,
que quero ser pego!