Árido

Inúteis os olhos no teu todo apagado,

inúteis os braços caídos,

imóveis rios à procura de leito.

Inúteis as palavras que digo ao teu coração ausente,

inúteis as bocas, os corpos, os sexos.

Inútil o tempo sem marca e o futuro.

Quem de mim terá lembrança se a semente que trago

cai no fundo mais fundo da tua noite?

Quem do lodo me aquece e reinventa?

Quem me anula?

Quem me diz sem amaldiçoar a tormenta?

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 13/12/2017
Código do texto: T6198325
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