Árido
Inúteis os olhos no teu todo apagado,
inúteis os braços caídos,
imóveis rios à procura de leito.
Inúteis as palavras que digo ao teu coração ausente,
inúteis as bocas, os corpos, os sexos.
Inútil o tempo sem marca e o futuro.
Quem de mim terá lembrança se a semente que trago
cai no fundo mais fundo da tua noite?
Quem do lodo me aquece e reinventa?
Quem me anula?
Quem me diz sem amaldiçoar a tormenta?