MULHER SOB DISFARCE
falei para quem quisesse ouvir
que a amava –
e como a amava –
e essa emoção miserável
me atormentava
enquanto o vento lá fora
produzia sons desconexos...
ela não sorria
os pétreos músculos da face
permaneciam imóveis
e ela caminhando em seu
longo vestido preto no jardim.
foi o adeus!
despedida marota
na vida que se fez oca
e o buraco cresceu
no meu peito
provocando espasmos.
e ela, já no portão,
que cerrava atrás de si
deixou derramar uma lágrima...