OLHOS TEUS NO ENIGMA AMOR
Juliana Valis




Na profundidade dos olhos teus,

Perco-me, sem vislumbrar o céu

E o próprio mar, além de tantos breus,

Meu olhar é vida, em prantos sós, sem véu,

Nos recantos lídimos de versos meus... 




Ah, universos, insignes universos do amor loquaz,

Transbordem esperança nesses tempos sós,

Irradiando a luz, na tão profícua paz,

Que o coração transcenda toda dor em nós !



E, talvez, no âmago do amor que acalma,

Possamos descobrir nossa própria essência,

Naufragando, assim, na sensatez da alma,

A cada vez que o fim pedir mais paciência !



Pois o sentimento lídimo vai além do mundo,

E, bem assim, procura transcender a dor,

Em resquícios céleres de suor profundo,

No melhor enigma que se chama "amor".