Era pra ter sido um sopro sutil,
       mas foi hálito quente,
       desde os ouvidos aos orvalhos da terra 
       Era pra ter sido fugaz,
       mas tinha uma beleza implacável,
       dessas perturbadoras,
       hábil em dar voz aos dedos
 
       Era pra ter sido a insegura solidez do mundo,
       mas trouxe as raízes forjadas a fogo,
       Trouxe a febre cortante, a carne radiosa e sedenta
       de toda a luz fluida no ardor do corpo
       Trouxe a sede de sal, de seios,
       a sede de viver do cálice frutado da boca
       E foi a extrema poesia já criada,

       pão e vinho, vida e morte
       à claridade inexplicável do ventre


 
       Ahhh... Meu Deus !!!
       Era pra ter sido só tesão e loucura...
       Mas foi amor... desde sempre .

 







DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 08/12/2017
Código do texto: T6193668
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.