O amor deveria ser eterno
O AMOR DEVERIA SER ETERNO
O que foi feito de tanta ternura e amor?
Como esquecer das confidências,
Como não lembrar das juras e promessas
Feitas em suave sussurro
Em momentos de intimidade suprema?
Tudo passou sem deixar vestígios,
Tudo acabou sem deixar lembranças,
Como se fossem brincadeiras de crianças?
Como pode um ser entrar na vida de outro,
Mexer com as estruturas,
Modificar os hábitos, plantar sonhos,
E depois, simplesmente se ir?
O que fazer com os restos de vida que sobraram,
Com os espaços que ficaram vazios,
E com a esperança que teima em ficar?
Como pode um sentimento tão sublime,
Que causou entrega total,
Que parecia eterno,
Se diluir como as nuvens?
Por que, quando um se vai, indiferente,
Outro fica amargando a dor?
A única realidade é a solidão
E a certeza de que,
O amor que deveria ser eterno,
É sentimento que passa
E deixa rastros de amargura.
Quanto tempo durará a dor?
Certamente o tempo necessário
Para que outro amor surja,
Recupere o coração ferido
E plante novos sonhos.
E o ciclo recomeça.
Talvez para que as posições se invertam,
E quem fez sofrer
Venha a sofrer,
E quem sofreu,
Venha a sorrir da dor do outro.