DIÁLOGO SOBRE A FELICIDADE

Quem manda no coração do poeta?
Ninguém.
Somente a emoção!

Canibal....
Come da própria carne.
Bebe do próprio sangue
E se extasia no próprio gozo!
Como a paixão primordial

Agora você já sabe...
Poesia não compra pão...
Mas alimenta muito bem

E eu...
O que é que vou fazer agora?
Simplesmente acabou...
A felicidade nos matou
Meu bem!

A música é perfeita
A melodia é perfeita
E o belo não se discute
Se deleita.

Vou ouvir mais de 400 vezes
A mesma melodia
Pois diz aquela velha ideia
Que ainda me incandeia

A luz é necessária
Porque existe a escuridão.

O belo porque existe o feio
E o que embeleza a música
São os silêncios da melodia
Disse alguém um dia.

Mas entender a beleza
Do contraditório, amigo,
É para poucos...
E aceitar mais ainda
Quando a felicidade se finda.

Por isso condeno a busca
Pela felicidade plena,
Total e contínua...
Pois seria um tédio
Levar a vida muito a sério.

O tempero da vida, amigo,
É ser um pouquinho infeliz
Cuidado!
A tua felicidade está por um triz

"Felicidade demais só maltrata,
é muito amor
o excesso me mata"

(Este poema nasceu de um bate papo poético através do "ZAP" com o amigo maestro dos versos - Adriano Carôso - conversávamos sobre planos para 2018, quando ele me perguntou: você conhece "cansado de ser feliz"? Então, ele me mandou um áudio e de imediato fui ouvi. Daí por por diante tudo rolou em torno dessa linda canção musicada e cantada por Kleiton e Kledir. O autor da bela letra da canção é o escritor gaúcho Fabrício Carpinejar)