Sobre alguém a quem não se pode nomear
Você é uma trilha que não ouso seguir
Quando encontro, me perco, não há para onde ir
A passos largos caminho sem rumo ao sol
Buscando em ti as promessas a meia luz de farol
Sua palma de linhas disformes conforme a canção
Navegando ao destino do gosto do vento vão
Como cabelos negros escondidos da luz da escuridão
Buscando no olhar profundeza de azul caminhos do coração
Disfarces de mil faces de medo
Batendo a máquina diário do segredo
No exílio em paz sono sossego
Descanso ao colo que me ofereces degredo
Deveras musa pálida dos sonhos de febre
No luzir do ouro fosco a pobreza lhe descreve
Rogo prematuro que a ti seja mui breve
Tatuado a alma com pena assim escreve
No altar holocausto ardendo a chama
Sacrifício de pele sobre a moldura da cama
Ardendo ao vento a meia voz chama
Sob a algoz maléfica vida ama